TEMPLO ESPÍRITA DE UMBANDA
"CABOCLO CATARAMBA"
ORIXÁS



Jesus Cristo
Sincretismo


Sincretismo
Ogum
Oxalá, na Umbanda representa o Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana e é sincretizado com Jesus Cristo.
Dia do ano: 25 de Dezembro (Natal) Cor: Branco Saudação: Epa epa Babá! - Exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai) Vela: Branca (Pureza e paz) Comida para ofertar: Canjica Branca Bebida para saudar: Vinho “Lácrima Christi” ou vinho branco doce Dia da semana: Sexta-Feira Flor: Copo de Leite ou Lírio Elemento: Ar Símbolo: A cruz (ou um cajado) Domínio: O Planeta Terra, a criação.
Ogum é um poderoso Orixá, dono do ferro e do fogo. Ele é um guerreiro,um lutador que defende a lei e a ordem. Este Orixá abre os caminhos e vence as lutas, agindo pelo instinto para defender e proteger os mais fracos. Todas as lutas, as conquistas, as vitórias são presididas por Ogum.
Ele é a lei divina em ação, que pune e premia, mas não gosta de ser invocado em vão. É fácil invocar Ogum, mas controlar as suas ações é impossível.
Dia do ano: 23 de Abril Cor: Vermelho Saudação: Patakori Ogun! ou ainda, Ogunhê! (brado que representa o força de Ogun)
pàtàki (principal); ori (cabeça) – Muita honra em ter o mais importante dignitário do Ser Supremo em minha cabeça! Vela: Vermelha Comida para ofertar: Cará, feijão mulatinho com camarão e dendê. Manga Espada Bebida para saudar: Cerveja Branca Dia da semana: Terça-Feira Flor: Crista de Galo, cravos e palmas vermelhas Elemento: Fogo Símbolo: Espada Domínio: Estradas e Caminhos.

Iemanjá

Nossa Senhora dos Navegantes
Sincretismo
Iemanjá é dona das águas salgadas e é também considerada a mãe de todos Orixas. Elá e a força da natureza que protege os lares e as famílias.
Conhecida como a rainha dos mares, dos oceanos e nossa sereia sagrada. Elá é a padroeira dos pescadores.
Estando presente nos lugares onde tem água salgada, é ela que cuida da pesca e de todos seres aquáticos que lá habitam.
Enfim podemos dizer que Iemanjá é o lar, a família unida e a maternidade (proteção às mães).
O seu nome tem origem nos termos do idioma Yorubá “Yèyé omo ejá”, que significam “Mãe cujos filhos são como peixes”.
Sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora da Glória.
Dia do ano: 02 de Fevereiro Cor: Azul Claro Saudação: Odoyá Iemanjá! – Amada Senhora do Rio (das águas)! Vela: Branca Comida para ofertar: manjar branco, peixe de água salgada, camarão, canjica, arroz, melancia, mamão e cocada branca Bebida para saudar: Champanhe Dia da semana: Sábado Flor: Rosas Brancas Perfume: Alfazema Elemento: Água Símbolo: Concha Domínio: As águas dos mares.

Oxóssi

Sincretismo
Oxóssi é o orixá da caça, florestas, dos animais, da fartura, do sustento. Está nas refeições, pois é quem provê o alimento. É a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para capturar a caça. É um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas. É o caçador de axé, aquele que busca as coisas boas para um ilé, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.
O nome Oxóssi vem do termo iorubá que significa "caçador ou guardião popular", ou "feiticeiro", pois Oxóssi é um grande e apto feiticeiro, tendo aprendido a lidar com as magias das folhas, dos animais e da natureza.
Dia do ano: 20 de Janeiro Cor: Verde Saudação: Okê Arô! - Okê (monte); arô (título honroso dado aos caçadores) – Salve o grande Caçador! Vela: Verde, branca ou bicolores (verde e branca) Comida para ofertar: grãos e sementes como de lentilha, feijão, milho, ervilha, semente de abóbora, semente de girassol, arroz e devem ser ofertadas na mata Bebida para saudar: água mineral, suco de caju e vinho branco Dia da semana: Quinta-Feira Flor: Antúrio, Samambaia, folhagens e flores em geral Elemento: Terra (florestas e campos cultiváveis) Símbolo: O arco e flecha Domínio: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura.


Santa Bárbara
Sincretismo
Iansã é a Guerreira, senhora das almas, dos ventos, das tempestades, dos raios e relâmpagos, e a tempestade é o poder manifesto deste orixá.
Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.
Dia do ano: 04 de Dezembro Cor: Laranja Saudação: Eparrê Oiá! - Eparrê (saudação a um dos raios do Orixá da decisão); Oyá (nome por que é conhecida Iansã) – Saudação aos majestosos ventos de Oyá! Vela: Laranja ou amarela Comida para ofertar: Acarajé redondo frito no dendê, rodelas de inhame cozido refogado com dendê e cebola, amalá, feijão fradinho e Eko Bebida para saudar: Champanhe Dia da semana: Quarta-Feira Flor: Papoulas, Rosas vermelhas e crisântemo Elemento: Ar em movimento,qualquer tipo de vento, e Fogo Símbolo: Espada e Eruexin Domínio: Tempestades, Ventanias, Raios, e Morte.

Oxum

Nossa Senhora Aparecida
Sincretismo
Oxum é o orixá, a rainha da água doce, dona dos rios e cachoeiras.
Oxum é a deusa mais bela e mais sensual. É a própria vaidade, dengosa e formosa, paciente e bondosa, mãe que amamenta e ama. Um de seus oriquis, visto com mais atenção, revela o zelo de Oxum com seus filhos.
Ela protege as mães e as crianças, cuidando de nutrir, zelar e proteger todos que necessitam de seus cuidados. Por associação as fases da lua, é um pouco volúvel em suas vontades, refletindo novas faces a todo o momento. Sua palavra-chave é: fertilidade.Está sempre preocupado com o conforto das pessoas que o cerca, querendo atender suas necessidades. A graça e as boas maneiras e a sensibilidade e a compaixão são seus atributos, já que é muito dedicado ao próximo.
Dia do ano: 08 de Dezembro Cor: Amarelo Saudação: Ora iê iê ô! - Salve a Senhora da bondade! Vela: Amarela Comida para ofertar: omolocum, xinxim, ovos, canjica, banana Bebida para saudar: Champanhe Dia da semana: Sábado Flor: Erva Cidreira, Gengibre, Camomila, Arnica, Trevo Azedo ou grande, Chuva de Ouro. Manjericona, Erva Sta. Maria, Gengibre, Calendula Elemento: Água Doce (Rios, Cachoeiras, Nascentes, Lagoas) Símbolo: Leque com espelho (Abebé) Domínio: Amor, Riqueza, Fecundidade, Gestação e Maternidade.

Xangô

São Jerônimo
Sincretismo
Xangô é o Orixá dos reis, dos justos e dos poderosos. Ele próprio foi um rei guerreiro que conquistou reinos e enriqueceu seu povo. O seu trabalho entre os homens é cobrar de quem deve e premiar a quem merece, agindo sempre com sabedoria, justiça e poder.
Nos rituais gege-nagô, Xangô é o Orixa da justiça, do equilíbrio, aquele que decide o certo e o errado, sendo representado principalmente pelo seu raio e o oxé (espécie de machado que corta dos dois lados, como a justiça deve ser, neutra e imparcial).
Este Orixá é vaidoso, violento e atrevido. Gosta de festas e comemorações. É o Orixá do raio e do trovão, o seu elemento é a pedra.
No Tarô há uma lâmina que contém o principal arquétipo de Xangô, é a Justiça representada pelo arcano VIII, que é quem encarna a recompensa justa, a distribuição do prêmio e do castigo. A espada de ouro que a justiça carrega assim como o Orixá em sua representação simboliza as lutas necessárias para se conseguir o equilíbrio, que a balança na outra mão indica ser possível.
Dia do ano: 13 de Junho Cor: Vermelho e Branco ou Marrom Saudação: Kawô Kabiecile! - Ká (permita-nos); wô (olhar para); Ka biyê si (Sua Alteza Real); le (complemento de cumprimento a um chefe) – Permita-nos olhar para Vossa Alteza Real! Vela: Marrom Comida para ofertar: Amalá, chamada de comida de axé, composta de quiabo cortado, cebola ralada, camarão, sal e dendê (ou azeite doce) e oferecido numa gamela Bebida para saudar: Cerveja escura, vinho tinto doce e licor de ambrosia Dia da semana: Quarta-Feira Flor: cravos vermelhos, flores do campo marrons ou vermelhas, palmas vermelhas, rosas vermelhas Elemento: Água Doce (Rios, Cachoeiras, Nascentes, Lagoas) Símbolo: Os machados de duplo corte, que significa a alma em busca de equilíbrio e é também o símbolo da imparcialidade; A balança que significa a justiça de Oxalá; A estrela de seis pontas, associada com a sabedoria de Salomão e representando o equilíbrio entre o céu e a terra, a água e o fogo, o homem e a mulher, ou seja, representa o equilíbrio universal. Domínio: Pedreiras, Raios, Trovão e Fogo.

Nanã

Sincretismo
Nanã é considerada o Orixá mais antigo do mundo.
Nanã Buruquê é representada como a grande avó, de energia amorosa e feminina é a ela que clamamos quando precisamos nos auto-perdoar e nos libertar do passado.
Ela representa o colo que aconchega, acolhendo amorosamente nossas dores para nos ajudar a transformá-las com sabedoria.
A Orixá Nanã Buruquê rege a maturidade, portanto está sempre associada à maternidade (a vida).
Nanã está na Linha da Evolução, um raio essencial para o crescimento dos seres.
É o pólo magnético negativo, feminino e absorvente e no pólo magnético positivo e masculino está o Orixá Natural Obaluaiyê.
Ela cuida da passagem no estágio evolutivo do ser, adormecendo os espíritos e decantando as suas lembranças com o passado, deixando-os prontos para reencarnarem.
Dia do ano: 26 de Julho Cor: Branco e Azul, ou Preto e Roxo Saudação: Saluba Nanã! - Salve a Senhora Mãe de todas as Mães Vela: Roxo Comida para ofertar: Cangica coberta com folha de bananeira Bebida para saudar: Vinho Branco Dia da semana: Domingo Flor: folha da fortuna, viuvinha (trapoeraba roxa), samambaia, melão de São Caetano, manacá Elemento: Terra e Água Símbolo: Vassoura de palha, bastão de hastes de palmeira (Ibiri) Domínio: Os pântanos e a morte.

Omolú

Sincretismo
Omolú é o Orixá da cura e da saúde . Ambos os nomes surgem quando nos referimos a esta figura, seja Omolú seja Obaluaê. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá.
São também comuns as variações gráficas Obaluaiê, Abalaiê, Obaluaiê e Abaluaê.
Em termos mais restritos, Obaluaê é a forma jovem do Orixá xapanã, enquanto Omolú é sua forma velha. A forma Omolú é a que mais se popularizou e acabou sendo confundida não apenas com a forma mais velha do Orixá, mas com sua essência genérica em si.
A figura de Omolu-Obaluaê, assim como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e dogmas indevazíveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas.
OBALUAIÊ (velho) ou OMULÚ (moço): orixá masculino das doenças contagiosas, pragas, e da cura em todas as formas. É representado com o rosto coberto de véus de palha por causa de sua associação, na África, com a varíola que dá feridas no rosto: ao dançar, se contorce como se tivesse dor ou fraqueza.
Tem o poder de curar doenças epidêmicas e individuais. Suas características de personalidade são mudanças súbitas de humor, razão pela qual seus rituais seguem normas bastante rígidas, para evitar que se enfureça.
É o protetor dos médicos, enfermeiros e dos doentes.
Dia do ano: 02 de Novembro Cor: Vermelho, Branco e Preto Saudação: Atoto! - Atoto (Silêncio) – Silêncio! Ele está entre nós! Vela: Amarela e preta Comida para ofertar: Pipoca sem sal, feijão preto, aberém Bebida para saudar: Água mineral e vinho tinto doce Dia da semana: Segunda-Feira Flor: Mamona, alfavaca, babosa, e barba de velho Elemento: Terra, solo, geologia, e subsolo Símbolo: Cajado (xaxará), e búzios Domínio: A terra, as epidemias, e a morte.
UMBANDA E ORIXÁS
A Umbanda acredita que os Orixás não tiveram vida corpórea na terra; mas são a representação da energia, força oriunda da natureza, e é tal força que auxilia os seres humanos nas dificuldades do dia a dia. Na Umbanda, os orixás também não incorporam (diferentemente do Candomblé), o que se vê é a manifestação dos Falangeiros dos Orixás, que são os Guias ouEntidades que trabalham sob ordens de um determinado Orixá. Cada pessoa recebe a influência de um Orixá, que será seu protetor por toda a vida.
Principais Orixás da Umbanda
Para os principiantes ou simplesmente visitantes, duas dúvidas são bastante recorrentes: “Quantos orixás existem?” e “Quais são os orixás da umbanda?”. Entretanto, para essa pergunta há diversas respostas. Basicamente, existem cinco orixás presentes em todas as correntes de Umbanda, que são: Oxalá, Xangô, Iemanjá, Ogum e Oxossi. Além desses, apresentaremos o perfil e história de mais quatro: Oxum, Iansã, Omulú e Nanã.
OXALÁ
Oxalá é o maior Orixá da Umbanda, estando abaixo apenas de Olorum, Deus Supremo. Foi criado a partir do ar, que havia no início dos tempos, e das primeiras águas, pelo mesmo Deus Supremo, Olorum. Representado por uma estrela de cinco pontas, é sincretizado como Jesus Cristo e representa a paz e a fé. Na umbanda, sua tarefa foi a de criação do ser humano. Ele envia vibrações que estimulam a fé individual, assim como irradiações que geram sentimentos de religiosidade. É aquele que determina o fim da vida de cada ser humano, é o momento de partir em paz. Representa o amor, bondade, pureza espiritual, e tudo aquilo que indica positividade.
Filhos de Oxalá
Os filhos deste orixá são pessoas responsáveis, calmas, tranquilas, até mesmo nos momentos mais difíceis. São pessoas amáveis e pensativas. Marcam sua presença por onde passam, pois possuem a aura de autoridade e poder de Oxalá.
Cores: branco e cristalino
Habitat: praia deserta ou colina
Data comemorativa: 25 de dezembro
Dia da semana: sexta-feira
Ervas: Camomila, Cravo, Coentro, Arruda, Erva Cidreira, dentre outras
Signo: Aquário
Cores da Guia: contas brancas, leitosas ou de cristal
Saudação: Êpa Êpa Babá!
OXUM
Oxum é a Orixá que domina as mulheres, orixá da fertilidade, do amor e do ouro. Protetora das gestantes e da juventude, é a senhora das águas doces. Representa a beleza e a pureza, a moral e o modelo de mãe. Muitas vezes é evocada em prol da limpeza fluídica dos seguidores e do ambiente dos templos. Segundo a Umbanda, ela é o exemplo de mãe que nunca desampara seus filhos e ajuda a qualquer pessoa.
Filhos de Oxum
Os filhos de Oxum amam espelhos (a figura de Oxum carrega um espelho na mão), jóias, ouro e se mostram sempre de forma impecável. Tratam as pessoas com um carinho maternal e são muito sentimentais e românticos. O próprio lar é o lugar preferido dos filhos de Oxum.
Cores: azul ou amarelo ouro
Habitat: cachoeira, rios e lagos
Data comemorativa: 08 de dezembro
Dia da semana: sábado
Ervas: Camomila, Gengibre, Erva Cidreira, dentre outras
Signo: Câncer
Cores da Guia: contas de cristal azul claro
Saudação: Ora iêiê ô!
OGUM
Orixá guerreiro, Ogum é aquele que representa todas as batalhas da vida. Representado por São Jorge, é o orixá protetor contra as guerras e contra diversas demandas espirituais; Ogum é a força do movimento. É ele quem protege os seguidores da Umbanda e as pessoas que sofrem perseguições espirituais ou materiais. Ogum também é o senhor das estradas, é a jornada do dia a dia e sua responsabilidade é a manutenção da lei e da ordem.
Filhos de Ogum
Os filhos de Ogum geralmente não se mantem fixos em apenas um lugar, portando gostam de viagens, do novo, de mudanças. Apreciam a tecnologia, são curiosos e resistentes. Cheios de vontade, podem ser violentos. Sabem dar respostas de prontidão e tem grande capacidade de concentração. Coragem e franqueza são características absolutas.
Cores: vermelho e branco
Habitat: mata fechada
Data comemorativa: 23 de abril
Dia da semana: terça-feira
Ervas: Aroeira, Como Ninguém Pode, Espada de São Jorge, dentre outras
Signo: Áries
Cores da Guia: contas vermelhas
Saudação: Ogunhê!
IEMANJÁ
Orixá mais popular do Brasil, a rainha do mar é a mãe de todos os Orixás, é o trono feminino da geração, a protetora dos marinheiros, pescadores, das viagens pelo mar, e também sobre toda a flora e fauna marinhas. E além disso, atua no amparo à maternidade, rege de forma absoluta o lar e a família. Dona dos mares e oceanos, águas essas que, através de sua força, tem o papel de devolver vibrações e trabalhos, pois creem que o mar devolve tudo que nele for jogado e vibrado.
Filhos de Iemanjá
Maternais e impotentes, os filhos de Iemanjá são pessoas dignas, majestosas e fecundas. Não perdoam facilmente uma ofensa, e quando perdoam, nunca esquecem. Com o rigor de uma mãe, às vezes podem parecer arrogantes. Apreciam ambientes confortáveis e mesmo quando pobres, mantem um certo nível de sofisticação em seus lares. Amizade e companheirismo são características fundamentais.
Cores: azul claro, branco e prata
Habitat: calunga grande (mar)
Data comemorativa: 15 de agosto
Dia da semana: sexta-feira
Ervas: Trevo, Pata de Vaca, Erva Quaresma, dentre outras
Signo: Peixes
Cores da Guia: contas brancas e azul claras ou transparentes
Saudação: Odoiá!
XANGÔ
Xangô é o Orixá da justiça e da sabedoria, simboliza a lei de causa e efeito, responsável a dar a quem merece o devido castigo e a vitória aos que foram injustiçados. É quem dá solução às pendências. A maioria dos seguidores que recorrem ao Xangô são os que sofrem de injustiças, perseguições espirituais e materiais. Desse Orixá, emanam também o saber e a autoridade, é o protetor de todos que tem contato com as práticas da lei.
Filhos de Xangô
Teimosos, impulsivos e conquistadores, os filhos de Xangô dificilmente aceitam opiniões contrárias às suas e estão sempre fazendo seus julgamentos e executando suas leis. São voluntariosos, enérgicos e possuem uma elevada autoestima. São conscientes de sua importância, e suas opiniões serão decisivas em qualquer discussão.
Cores: marrom
Habitat: pedreiras, grutas de pedras
Data comemorativa: 30 de setembro
Dia da semana: quarta-feira
Ervas: Folhas de Mangueira, Erva Lírio, Folhas de Limoeira, Folhas de Café, dentre outras
Signo: Leão
Cores da Guia: contas marrons
Saudação: Caô Cabecilê!
IANSÃ
Iansã é a Orixá dos ventos e das tempestades. Rainha dos raios, é responsável pelas transformações e pelo combate à feitiçarias feitas aos seus seguidores. Guerreira, é conhecida também como guardiã dos mortos, pois exerce domínio sobre os eguns. A força de sua magia afasta todas as influências do mal e negativas, pois tem o poder de anular os males e cargas de enfeitiçamento.
Filhos de Iansã
Cores: amarelo-ouro
Habitat: bambuzal
Data comemorativa: 04 de dezembro
Dia da semana: quarta-feira
Ervas: Erva de Santa Bárbara, Cordão de Frade, Açúcena, Folhas de Rosa Branca, dentre outras
Signo: Sagitário
Cores da Guia: contas amarelas
Saudação: Eparrei Oyá!
OXOSSI
Oxossi é o Orixá conhecido como senhor dos caboclos e das matas. É o caçador de almas de homens e dele emana altivez. Encoraja e dá segurança a todos seus seguidores; protetor dos animais, é conhecido por aliar sua grande força com o bom senso. Assim como Ogum, é um lutador, grande guerreiro, está sempre pronto para defender aqueles que se colocam sob sua guarda.
Filhos de Oxossi
Os filhos de Oxossi são pessoas mais fechadas e reservadas. Gostam de apreciar a natureza e geralmente são muito desconfiados, mas quando confiam, são amigos para todos os momentos. São trabalhadores e conseguem manter a mesma expressão, estando felizes ou tristes, pois dificilmente exteriorizam seus sentimentos. São sempre notados, mesmo que não se esforcem para que isso aconteça.
Cores: verde
Habitat: mata fechada
Data comemorativa: 20 de janeiro
Dia da semana: quinta-feira
Ervas: Folhas de Aroeira, Folhas de Samambaia, Folhas de Palmeira, Erva Cidreira, Folhas de Laranjeira, Folhas de Maracujá, Folhas de Abacateiro, dentre outras
Signo: Touro
Cores da Guia: contas verdes
Saudação: Okê Arô!
OMULÚ
Orixá da saúde, atua sobre os doentes, hospitais e cemitérios. Senhor da morte e das doenças,costuma ser muito temido, porém da mesma forma que traz a doença, ele leva embora também. Muito respeitado, é um orixá exigente e grande feiticeiro. Omulú é a manifestação idosa de Obaluaiê. Os médiuns ao manifestarem a presença de Omulú, se curvam aproximando-se o máximo da terra, do chão. Representa a transformação do ser, morrer para o pequeno e renascer para o grande.
Filhos de Omulú
Os filhos de Omulú são pessimistas, autodestrutivos, fechados e até desajeitados. Costumam exibir seus sofrimentos e dores. Hipocondríacos, possuem forte resistência e prolongam os esforços. Melancólicos, depressivos e amargos, são pessoa solitárias capazes de desanimar até os mais otimistas, porém às vezes podem ser doces. Acreditam que são os únicos que sofrem e que ninguém os compreende. São lentos, porém firmes como rocha e não apresentam grandes ambições.
Cores: preto e branco
Habitat: calunga pequena (cemitério)
Data comemorativa: 16 de agosto
Dia da semana: segunda-feira
Ervas: Alfazema, Babosa, Coentro, Jenipapo, Musgo, dentre outras
Signo: Capricórnio
Cores da Guia: contas pretas e brancas
Saudação: Atotô!
NANÃ
Orixá mais velho do panteão africano, que nenhuma pesquisa conseguiu identificar suas origens. Dona da alma do fundo dos rios, lama esta que serviu para modelar os homens, é misteriosa e também possui forte relação com a morte; pois é o nascimento, a vida e a morte. Nanã é uma expressão que significa “Mãe” em diversos dialetos na África, portanto, Nanã é a mãe do destino.
Filhos de Nanã
Os filhos de Nanã são calmos, gentis, benevolentes e agem como se tivessem a eternidade toda para tal. Tendem a viver do passado, gostam de crianças e gostam de educar com extrema doçura, assim como as avós. São pessoas que, tanto no aspecto físico como no aspecto psicológico aparentam ter mais idade. São teimosas e às vezes podem ser ranzinzas, porém agem com segurança e equilíbrio.
Cores: roxo
Habitat: calunga pequena (cemitério)
Data comemorativa: 26 de julho
Dia da semana: terça-feira
Ervas: Hortência, Folhas de Samambaia, dentre outras
Signo: Escorpião
Cores da Guia: contas roxas
Saudação: Saluba Nanã!
Fonte: http://umbanda-orixas.info/
OS GUIAS ESPIRITUAIS E SUAS FALANGES NA UMBANDA
CABOCLOS


Caboclo, na Umbanda, é um mistério, uma linha de trabalho, uma falange, um grau. É o identificador de entidades que trabalham na vibração ligada a Oxóssi, o orixá das matas e do conhecimento.
Nas linhas de ação e trabalho dos caboclos “são incorporados milhares de espíritos cujas religiões não eram a ioruba nem a indígena brasileira. Mas todos têm uma forma de incorporação bem característica” ...
“Na Umbanda, os caboclos têm uma função relevante, pois são eles que assumem a frente nas linhas de trabalho dos médiuns. Os caboclos são o elo de ligação do médium com os orixás”. “Nas linhas de caboclos estão ocultos sob formas plasmadas grandes sacerdotes desencarnados já há muitos séculos, muitos sábios, filósofos, professores e sacerdotes dos mais variados rituais...”) (Rubens Saraceni – Umbanda Sagrada – Madras Ed.)
O arquétipo do caboclo índio brasileiro é bastante forte e “só espíritos com uma noção superior sobre as verdadeiras leis da vida poderiam ser enviados à Terra para, incorporados em seus médiuns, orientar os infelizes encarnados ... Só mesmo os nossos índios simples e cultuadores da verdadeira irmandade poderiam pregar o amor entre pessoas mais preocupadas com o sucesso pessoal do que com o bem-estar dos seus semelhantes”. (Rubens Saraceni - Os Arquétipos da Umbanda – Madras Ed.)
Os caboclos representam a simplicidade, a humildade, a coragem e a persistência. Os índios tinham elevadíssimas noções de conduta e moral e a mentira, a dissimulação e a falsidade não se desenvolveram entre eles. Pela moral, caráter, espiritualização, fraternidade, etc., a Umbanda tem no índio um dos graus mais elevados e o arquétipo para esta linha de ação e trabalho.
Os caboclos são o braço forte da Umbanda; representam a força e a energia dos trabalhos, agindo sempre com muita altivez, como desbravadores dos caminhos da espiritualidade e da fé. São espíritos que se apresentam fortes, vibrantes e trazem as forças da natureza e a sabedoria no uso das ervas. É na irradiação benéfica das matas que espíritos são curados, doutrinados e encaminhados pelos caboclos.
“Os caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos... Ajudam-nos a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas)”.
Há caboclos(as) na irradiação de todos os Orixás, mas a linha de trabalho dos nossos queridos Caboclos e Caboclas no ritual de Umbanda Sagrada é sustentada pelo mistério Orixá Oxossi. Os caboclos e caboclas são doutrinadores de nossa Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração. São trabalhadores dos mistérios à direita dos Sagrados Orixás.
Sua linha é forte, pois são aguerridos, persistentes e movimentam essências dos Tronos de Deus. São espíritos que se consagraram aos mistérios dos Orixás e servem à sua direita, com um nome simbólico que identifica a “falange” na qual eles trabalham.
PRETOS-VELHOS
A Linha de Pretos velhos na Umbanda é regida pelo mistério Ancião, na força do Orixá Obaluaê que é o Orixa sustentador da evolução, da transmutação e transformação dos seres. Mas os Pretos Velhos também se apresentam dentro da linha de outros Orixás.
Em sua linha de atuação eles se apresentam com nomes que individualizam sua atuação, conforme o seu Orixá regente, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram, por exemplo:
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Congo - (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;
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Aruanda - (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (Aruanda quer dizer céu);
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D´Angola - (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;
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Matas - (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;
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Calunga, Cemitério ou das Almas - (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;
Os nomes mais comuns com que se apresentam são: Pai João, Pai Joaquim, Pai Benedido, Pai José De Angola, Vovó Maria, Vovó Maria D´Angola, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina, Vovó Benedita, entre outros.
DIA DA SEMANA: Segunda-feira
LINHAS DE TRABALHO: Evolução, transmutação e transformação.
COR: Preto e Branco.
ELEMENTOS DE TRABALHO:
- Ervas (alecrim, arruda, guiné, manjericão, boldo, folha de fumo, louro, manjerona, sálvia, quebra demanda, levante);
- Palha da costa, Cruzes de madeira, pipocas, pembra branca, terços de lágrimas de Nossa senhora.
- Fumo;
PEDRAS: Turmalinas negras, cristal, ônix branco ou preto e quartzo branco.
COMIDAS:
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Bolo de milho, pamonha, cural.
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Pipoca;
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Bolo de fubá;
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Tutu de feijão;
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Mandioca frita;
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Batata doce;
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Doce de abóbora;
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Rapadura.
BEBIDAS
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Café sem açucar;
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Aguardente
FRUTAS: Coco seco, uva italia, melão, pêra, pinha.
FLORES: Crisântemo branco, rosa branca, margarida, azaléia branca.
VELAS: Branca; branca e preta; roxo, lilás, violeta.

Na Umbanda existem caboclos de diversas falanges que podem ser de: caçadores, guerreiros e feiticeiros, e são essas entidades de muita luz que geralmente são os chefes de terreiros.
CABOCLOS DE OXUM
Geralmente são suaves e costumam rodar, a incorporação acontece primeiro ou quase simultâneo no coração (interno). Trabalham mais para ajuda de doenças psíquicas, como: depressão, desanimo entre outras. Dão bastante passe tanto de dispersão quanto de energização. Aconselham muito, tendem a dar consultas que façam pensar; Seus passes quase sempre são de alívio emocional.
CABOCLOS DE OGUM
Sua incorporação é mais rápida e mais compactada ao chão, não rodam. Consultas diretas, geralmente gostam de trabalhos de ajuda profissional. Seus passes são na maioria das vezes para doar força física, para dar ânimo.
CABOCLOS DE YEMANJÁ
Incorporam de forma suave, porém mais rápidos do que os de Oxum, rodam muito, chegando a deixar o médium tonto. Trabalham geralmente para desmanchar trabalhos, com passes, limpeza espiritual, conduzindo essa energia para o mar.
CABOCLOS DE XANGÔ
São guias de incorporações rápidas e contidas, geralmente arriando o médium no chão. Trabalham para : emprego; causas na justiça; imóvel e realização profissional. Dão também muito passe de dispersão. São diretos para falar.
CABOCLOS DE NANÃ
Assim como os Preto-velhos são mais raros, mas geralmente trabalham aconselhando, mostrando o carma e como ter resignação. Dão passes onde levam eguns que estão próximos. Sua incorporação igualmente é contida, pouco dançam.
CABOCLOS DE IANSÃ
São rápidos e deslocam muito o médium. São diretos para falar e rápidos também, muitas das vezes pegam a pessoa de surpresa. Geralmente trabalham para empregos e assuntos de prosperidade, pois Iansã tem grande ligação com Xangô. No entanto sua maior função é o passe de dispersão (descarrego). Podem ainda trabalhar para várias finalidades, dependendo da necessidade.
CABOCLOS DE OXALÁ
Quase não trabalham dando consultas, geralmente dão passe de energização. São "compactados" para incorporar e se mantém localizado em um ponto do terreiro sem deslocar-se muito.
CABOCLOS DE OXÓSSI
São os que mais se locomovem, são rápidos e dançam muito. Trabalham com banhos e defumadores, não possuem trabalhos definidos, podem trabalhar para diversas finalidades. Esses caboclos geralmente são chefes de linha.
CABOCLOS DE OBALUAÊ
São raros, pois são espíritos dos antigos "bruxos" das tribos indígenas. São perigosos, por isso só filhos de Omulú de primeira coroa possuem esses caboclos. Sua incorporação parece um Preto-velho, locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. Fazem trabalhos de magia, para vários fins.
Fonte: http://bvespirita.com
Dia da semana: 4ª feira, que é associada ao Orixá Oxóssi porque tem a regência de Mercúrio, o planeta da comunicação e do conhecimento.
Linha de trabalho (campo de atuação): Conhecimento, comunicação, expansão do ser pelo aprendizado; prosperidade em todos os setores; fartura; cura espiritual e material.
Ponto de Força: É a mata, onde recebem oferendas.
Cor: Sua cor preferencial é o verde. Na confecção das guias ou colares, alguns Terreiros usam contas de cor verde transparente para as Caboclas e verde leitoso para os Caboclos. Outros utilizam contas brancas e verdes, bem como sementes.
Elementos de trabalho:
1 - Ervas de todos os Orixás
ADRIANO CAMARGO relaciona as seguintes ervas: a) Quentes ou agressivas: guiné, picão preto, espinheira santa, jurema preta (casca), comigo-ninguém-pode; b) Mornas ou equilibradoras: abre caminho, alecrim (todos), alfavaca, anis, arnica do mato, café folha, cipó caboclo, cipó cravo, cipó São João, louro, manjericão, peregum verde, samambaia.
Banho/Amaci de purificação ou de cura: guiné, arruda, jurema preta, quebra demanda, espadas de São Jorge e de Santa Bárbara, arnica, samambaia.
Banho/Amaci de apresentação, de Gira ou iniciação: alecrim, manjericão, hortelã, capim cidreira, folhas de café, peregum verde, flores variadas.
PORTAIS DE CURA: círculo de raízes, flores, folhas frescas e secas, quartzo verde, mel, velas verdes e velas brancas.
2 - Pemba, penas, fitas, pedras, arcos, flechas, lanças;
3 - Sementes - Exemplos: Olho de boi: Associado aos Orixás Oxóssi, Yansã e Oxalá. Proporciona saúde, vigor físico, recuperação energética, cura de energias “doentes”. Magnetiza a cura espiritual e material; Olho de cabra: Relacionado aos Orixás Oxumarê, Ogum e Omolu. É um bloqueador de energias agressivas. Envolve e imanta como capa protetora que fulmina tudo o que tenta ultrapassá-la e que não atenda aos propósitos da sua consagração. (Fonte: ADRIANO CAMARGO.);
4 - Cipós (Fonte: ADRIANO CAMARGO). Exemplos: Cipó de caboclo (Orixá Oxóssi); Cipó cravo (Orixás Oxóssi, Iansã e Xangô); Cipó São João (Orixás Oxóssi, Iansã, Xangô, Egunitá e Omolu); Cipó angelicó ou mil homens (Orixá Xangô); Cipó suma (Orixás Oyá-Tempo e Nanã); Cipó prata (Orixá Oyá-Tempo); Cipó cabeludo (Orixás Oxum e Omolu); Cipó seda (Orixá Oxum); Cipó cruz (Orixá Obaluayê); Cipó azougue (Orixá Iansã).
5 - Fumo/Defumações: charuto, benjoim, mirra, ervas secas, flores secas.
Pedra: Quartzo verde; as Pedras verdes em geral (Amazonita, Crisopázio, Jade, Esmeralda, Turmalina Verde, relacionadas ao Orixá Oxóssi).
Cozinha ritualística:
1 - Milho verde e amendoim. Regar com mel, cobrir com coco ralado e enfeitar com morangos e ou ervas frescas.
2 - Abóbora passada no azeite de oliva. A abóbora comum (amarela) pode ser cozida em pedaços. A abóbora japonesa (esverdeada e arredondada) pode ser aferventada inteira, retirando-se a tampa e removendo-se as sementes; passar as sementes no azeite de oliva e colocar dentro da abóbora, salpicando orégano. Decorar com ervas frescas, já lavadas.
3 - Brotos de abóbora passados em azeite de oliva e enfeitados com sementes de abóbora ligeiramente torradas (secar um pouco no forno). Isto tem um efeito curativo maravilhoso e também dá “forças” para os médiuns, revitalizando seus campos energéticos.
4 - Feijão branco, feijão fradinho, grão de bico, fava vermelha, fava branca, ervilhas e lentilhas. Usar pelo menos dois tipos de grãos. Aferventar ligeiramente cada tipo de grão em separado e depois refogar todos juntos em azeite de oliva, sal, alho, cebola e tomate picadinhos e decorados com cheiro verde e temperos frescos a gosto.
5 - Frutas variadas; legumes, verduras e raízes variadas. Colocar tudo numa gamela de madeira, fazendo um arranjo bonito e bem colorido. As verduras podem forrar a gamela e ser colocadas ladeando as frutas e legumes (como uma “renda”).
7 - Moranga com frutas: Tirar uma tampa da moranga e limpá-la. Colocar a moranga sobre folhas de taioba (ou de abóbora) e colocar dentro dela frutas variadas. Cercar com 7 copos de sumo de ervas (ou vinho). Entre os copos, firmar 1 vela verde (ou bicolor branca/verde).
OBSERVAÇÃO: Na Umbanda, é comum que as comidas cozidas sejam consagradas e depois ingeridas pelos médiuns e a assistência, como forma de comunhão do “axé”. Já as oferendas, propriamente, não passam por cozimento porque dos elementos naturais os Guias vão extrair o prana (energia vital) e direcioná-lo para o fim necessário (cura, limpeza energética etc.). Quando um alimento é cozido, boa parte do prana é perdida; e para os efeitos magísticos pretendidos pelos Guias isso não é aconselhável.
Bebidas: Cerveja branca; vinto tinto; mel; suco de frutas; chá verde; vinho tinto doce; vinho rosado licoroso; vinho branco de mesa; cerveja clara; sumo de ervas com água mineral e vinho, adoçado com mel.
Frutas: Variadas, tais como: abacate, amendoim, abóbora, maçã, pera, moranga, morangos, grãos, trigo, carambola, milho verde, mamão, uva, laranja, banana.
Flores: Todas, principalmente flores do campo; samambaia.
Velas: Verdes; ou bicolores branca/verde.
Oferenda ritual: Toalha de tecido verde com barrado branco; pembas verde e branca; fitas e linhas nas cores verde e branca; frutas; bebidas; moranga; milho. (Fonte: Mãe Mônica Berezutchi, “JUS” de julho/2009.) Podemos acrescentar ervas frescas, flores do campo e samambaias, cercando tudo com velas verdes e brancas (7 de cada) ou então com 7 velas bicolores branca/verde.
Saudação: Okê, Caboclo!
Fonte: http://seteporteiras.org.br
Os Pretos-Velhos e Pretas-Velhas, na Umbanda, são entidades elevadas que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina, da manipulação de ervas. São excelente mandingueiros, mestres dos elementos da natureza, os quais utilizam em seus benzimentos e trabalhos espirituais.
Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro durante a escravidão, a linha de preto velho reflita a humildade, a sabedoria, a paciência e a perseverança. Não necessariamente todos foram escravos. Sua sabedoria e humildade são caracteristicas marcantes e sua calma e ensinamentos são profundos. Apresentam-se na Umbanda sentados em seus banquinhos atendendo seus “fios e fias” com uma linguagem simples porém sábias. A caracteristica principal desta linha é a sua elevada orientação espiritual.
Àqueles que os procuram oferecem conselhos, orientação espiritual; receitam tratamentos caseiros, banhos de ervas, chás, entre outros, para os males do corpo e do espirito.
Utilizam vários elementos nos seus trabalhos como o cachimbo, cigarros de palha (que usam como defumadores, para limpeza espiritual) e ervas.
ÊRES (CRIANÇAS)
Salve as Crianças! Salve os Erês!
Salve Cosme e Damião!
Salve Oni beijada!
BEIJADA: Nome dado no Brasil, às entidades que se apresentam sob a forma de crianças. São, conforme a crença geral, nos cultos afro-brasileiros e na Umbanda, as falanges dos Orixás gêmeos africanos IBEJIS
IBEJI : (ib: “nascer”; eji: “dois”) Orixás gêmeos africanos que correspondem, no sincretismo afro-brasileiro, aos santos católicos Cosme e Damião. Ibeji na nação Keto, ou Vunji nas nações Angola e Congo.
DOIS DOIS: Nome pela qual são designados os santos católicos Crispim e Crispiniano; os santos Cosme e Damião; o Orixá africano IBEJI e a falange das crianças na Umbanda.
ERÊ: Vem do yorubá iré que significa “brincadeira, divertimento”. Existe uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade. Ibeji, são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Erês, Crianças, Ibejada, Dois-Dois, são Guias ou Entidades de caráter infantil que incorporam na Umbanda.
Essa linha é regida por Pai Oxumarê e possuem esse poder de renovação e incrivel capacidade de alegrar todos ao redor, o Amor é a própria energia manipulada pelas crianças.São espiritos naturais, que jamais passaram pelo processo de encarnação, encantados da natureza, seres de imensa luz e sabedoria, que utilizam da roupagem infantil para nos trazer sabedoria através de um sorriso.
No decorrer das consultas vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Por apresentarem aspecto infantil podem não ser levadas muito a sério, porém o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos. O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos. Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes. A entidade conhecida na umbanda por erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas -o refrigerante e trata a todos como tio e vô.
Normalmente tem os nomes relacionados normalmente a nomes comums, normalmente brasileiros. Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc...Comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas.
Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc... Estas características, que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.
A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os terreiros do pais. Uma curiosidade: Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erigida para seu culto no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe.
Velas: Cor-de-rosa, azul claro, brancas.
Flores: Rosas brancas e cor de rosa, flores do campo
Frutas: Uva, pêssego, goiaba, maçã, morango, cerejas, ameixas.
Comidas: Doces, Frutas, Arroz Doce, Cocadas, Balas, Bolo
Bebidas: Guarané, Suco de frutas
Portais de Cura: Flores, quartzo rosa e aul, mel, velas brancas,rosas e azuis
Fonte: http://seteporteiras.org.br

Ibeijada, Yori, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.Quando chegam no terreiro transformam o ambiente em pura alegria.
YORI: um dos raros termos sagrados que se manteve sem nenhuma alteração. Esse termo, assim como Yorimá, era de pleno conhecimento da pura Raça Vermelha, só se apagando do mental do Ser humano após a catástrofe da Atlântida. Ele ressurgiu através do Movimento Umbandista, em sua mais alta pureza e expressão. Traduzindo este vocábulo através do alfabeto Adâmico, temos: A Potência Divina Manifestando-se; A Potência dos Puros.
BAIANOS
Manifestam-se de forma alegre e movimentada e gostam de uma boa conversa. São firmes, parecem “feitos de fé”. E não se cansam de louvar “o Senhor do Bonfim”.
O Povo Baiano vem ao Terreiro para nos trazer seu axé, sua energia positiva, e têm muito a nos ensinar, sempre com uma resposta certeira e rápida para as nossas dúvidas e questionamentos.
Na sua forma de trabalhar, trazem muito das Qualidades de Mãe Iansã: são bastante ativos, movimentadores, irrequietos, despachados e descontraídos. Sua dança tem movimentos característicos, com gingados, “pisadas” e giros que dissolvem as energias densas acumuladas no ambiente e nas pessoas.
Também são bons orientadores e doutrinadores, porque a missão sacerdotal do seu Arquétipo tem ligação com Pai Oxalá e Mãe Oyá-Tempo (Fé e Religiosidade). Sabem ouvir, dar bons conselhos e levantar o ânimo dos entristecidos. Neste caso, conversam bastante, falando baixo e mansamente, transmitindo conforto e segurança ao consulente. São consoladores por natureza.
Os Baianos nos contagiam com suas energias de alegria e de firmeza e nos ensinam a perseverar diante dos obstáculos, através da sua magia peculiar e das suas brincadeiras sadias. Médiuns introspectivos, quando incorporados de seu Baiano (ou Baiana) acabam se libertando e demonstrando alegria e descontração.
E todos nós podemos aprender com os Baianos. Seu magnetismo é forte. São “decididos” ao ponto de nos fazer sentir mais leves e animados. O que nos leva a tomar um novo rumo na vida e a obter conquistas espirituais e materiais.
Os Baianos nos ensinam muitas coisas. Seu magnetismo, entre outras coisas, estimula cada pessoa a não estagnar diante dos problemas, a não lastimar, mas agradecer pela vida e ir em frente; a confiar em si e na Providência Divina e montar um plano de ação para começar a resolver pendências; a cuidar bem de si mesmo, manter bons sentimentos e pensamentos firmes, através de orações, banhos, rezas etc. (reza de Baiano é infalível!...); não olhar só “pro umbigo”, ou seja, fazer alguma coisa em benefício dos mais necessitados, e lembrando que a maior ajuda é saber ouvir com respeito, dar uma boa palavra, fazer uma oração na intenção do necessitado; etc.
Por outro lado, os Baianos admiram a disciplina e a organização dos trabalhos. Sabem “dar disciplina” de forma direta, quando preciso, até porque a Linha tem a Regência de Mãe Yansã. São poderosos aliados da Umbanda e nos ajudarão em tudo o que for permitido pela Lei Divina. Mas desde que a pessoa não tenha má índole. Porque Baiano “não tem osso na língua” e diz o que tem a dizer, quer a gente goste ou não. Seu objetivo é nos ajudar a manter uma conduta reta na vida, para que a Lei e a Justiça Divinas nos amparem. Baiano é alegre, Baiano brinca. Mas também sabe falar sério, e nessas horas não corta caminho, vai direto ao ponto...
Bons conhecedores da Magia, eles atuam fortemente na quebra de magias negativas, na desobsessão e na limpeza energética.
Suas oferendas podem ser feitas ao pé de um coqueiro ou palmeira, ou então no ponto de força do Orixá que os rege mais especificamente.
Preferem os colares feitos de pedaços de coco seco e/ou de coquinhos e/ou de sementes (olho de boi, olho de cabra). Alguns intercalam búzios, pedras e mesmo contas de porcelana ou de cristal.
Origens da Linha dos Baianos
No Astral se organizaram, pouco a pouco, as Linhas de Trabalho Espiritual da Umbanda, a partir dos arquétipos do povo brasileiro. A de Caboclo homenageava o guerreiro nativo e forte, conhecedor da Natureza, corajoso; a de Preto Velho destacava a sabedoria, paciência, bondade e humildade dos anciãos que vieram da Mãe África; a das Crianças nos remetia à pureza infantil e à necessidade de despertá-la em nosso íntimo, bem como à valorização da infância e dos seus cuidados.
Novas Linhas foram se apresentando gradualmente, inclusive respondendo às mais novas e crescentes necessidades do nosso meio, já que toda essa estrutura de Trabalho Espiritual da Umbanda está voltada para a evolução da nossa humanidade e dos seres afins com a nossa realidade. Os Regentes Planetários fizeram por acompanhar as mudanças do nosso meio social e atender às necessidades humanas e, principalmente, humanitárias que delas emergiam. E não poderia ser de outra forma, pois a Umbanda é uma religião BRASILEIRA e reflete os valores culturais e religiosos do nosso povo.
Assim, a cada Gira de Umbanda manifestam-se as diferentes qualidades, habilidades e saberes ancestrais desse nosso povo multicultural.
A Linha dos Baianos, também chamada “Povo da Bahia”, traz uma referência ao início da descoberta do país, à colonização e às origens de um povo que é “a cara do Brasil”. A Bahia e seu povo sintetizam o grande “caldeirão” de diversidades que é o Brasil, seja quanto às origens dos povos que aqui vivem e convivem pacificamente, seja quanto aos seus valores culturais e religiosos etc. Com efeito, o povo baiano é fraterno, universalista, devoto, fervoroso, persistente, alegre, festeiro, cheio de ginga, de ritmo e magia. E a Linha reflete tudo isso.
De maneira organizada, como uma Linha de Trabalho efetiva, os Baianos surgem a partir da década de 50, com a industrialização dos grandes centros, e especialmente em São Paulo. Isto se intensifica na década de 60, com a maior onda de migrações provenientes da grande seca que acometeu o Nordeste brasileiro.
Nas décadas de 50 e 60, ao mesmo tempo em que a Umbanda se firmava em São Paulo, crescia o fluxo migratório do Nordeste, que acabou por transformar a cidade numa das maiores metrópoles do mundo. Nesse grande fluxo destacaram-se os Nordestinos que vieram para trabalhar na construção civil e na indústria automobilística, então em franca expansão.
Popularmente, na cidade de São Paulo o Nordestino sempre foi associado ao trabalho duro, à pobreza e ao analfabetismo, restando-lhe os bairros mais periféricos e as regiões mais precárias para morar. Com todos os problemas decorrentes do exagerado crescimento populacional, sempre se buscou um “culpado”; e todos se voltaram contra o “intruso”, o “ignorante” Nordestino. Todo Nordestino passou a ser chamado de “baiano”, mas com um caráter discriminatório terrível, pejorativo e negativo.
No entanto, nos Terreiros de Umbanda paulistas a Linha dos Baianos conseguiu alcançar grande popularidade. A Umbanda sempre se caracterizou por abrigar espíritos de diversas correntes, de modo que essas Entidades “Nordestinas” foram sempre muito bem acolhidas. O caráter de luta e irreverência do Nordestino migrante parece ter sido o fator mais importante para sua aceitação dentro dos Terreiros.
Sob esse aspecto social, a Linha dos Baianos reflete também o arquétipo do rural migrado e já adaptado à zona urbana; e vai servir de ponte para os migrantes, através de sua semelhante identidade. Num primeiro momento talvez, os consulentes de origem Nordestina foram os que mais se identificaram com o jeito despojado e alegre desses Espíritos “conterrâneos”. Pouco a pouco, pessoas de todas as origens se deixaram envolver pelo carisma e o magnetismo dessas Entidades.
A Linha dos Baianos se manifesta desta forma justamente para ter um canal de aproximação, uma ponte de contato conosco, remetendo nosso pensamento a um arquétipo: o de um povo cujas lutas, sofrimentos e superações nós bem conhecemos e admiramos.
Desta forma os Baianos nos conquistam, desarmam nossas defesas emocionais e mentais, sintonizam fraternamente conosco e então conseguem auxiliar a nossa evolução espiritual e material, empregando seu cabedal de conhecimentos e elevação.
Durante muitos anos a Linha dos Baianos foi meio que renegada, seus trabalhos eram vistos com restrições. Dizia-se que era “inexistente”, não estava ligada às Linhas principais (Caboclo, Preto-Velho, Criança) e que só espíritos zombeteiros e mistificadores estariam ali.
Aos poucos, porém, os Baianos foram chegando e tomando conta do espaço que o Astral lhes concedeu, e que souberam aproveitar de forma exemplar. Hoje, são trabalhadores incansáveis e respeitados.
É cada vez maior o número de Baianos que se manifestam nos Terreiros de Umbanda, onde atuam sob o amparo das Sete Irradiações Divinas, para movimentar, direcionar e reordenar os campos da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração. Por isso encontramos Baianos (e Baianas) de todos os Orixás. Têm, ainda, um trânsito muito bom pelos caminhos de Exu, podendo trabalhar na Esquerda no momento em que isto se torne necessário.
Vale lembrar que nem todos os Baianos que se manifestam na Umbanda realmente o foram em encarnações passadas. Como ocorre em todas as Linhas de Trabalho da Umbanda, esses espíritos agruparam-se por afinidades energéticas e especialidades de atuação, mas dentre eles há múltiplas origens.
Há, no entanto, os que ainda não aceitam a Linha dos Baianos como vertente Umbandista; esquecendo-se, talvez, de que a Bahia foi “o celeiro dos Orixás”, uma terra de espiritualidade e magia. O povo baiano é sincrético e ecumênico por excelência.
No Nordeste, e especialmente na Bahia, prevaleceu a influência dos povos Nagôs, de língua Iorubá, sobre todos os outros grupos de Povos Africanos que para cá vieram, ao tempo da escravidão. E justamente os Nagôs cultuavam Orixás, ali nos deixando esta herança. Com o tempo, e por força da convivência das várias Nações Africanas, nasce o Candomblé, uma religião afro-brasileira. A Bahia cultua os Orixás, mas também reverencia o Senhor do Bonfim e os Santos católicos, pois no coração desse povo há mansidão, devoção e abertura para a Espiritualidade. E a Umbanda, que nasceu depois e já como religião brasileira, bebeu dessa fonte, além de receber influências indígenas, européias, do Catolicismo e do Espiritismo.
Mas é na Bahia ―e só na Bahia, onde mais?― que todo ano se faz um cortejo de baianas e de devotos do Candomblé e da Umbanda, lado a lado com fiéis católicos e de outras crenças e religiões, para lavar com água de cheiro a escadaria da Igreja do Senhor do Bonfim, de forma delicada e amorosa, degrau por degrau. Todos se unem para pedir bênçãos e agradecer. Quem já viu, sabe que não há palavras que traduzam isto... Nada mais natural que a Bahia, seus valorosos Pais e Mães no Santo e seu povo tenham sido escolhidos para essa homenagem!...
Não podemos nos esquecer do caráter Universalista da Umbanda, que em suas fileiras recebe e abraça a todos os espíritos que desejam praticar o Bem, independente das suas “origens” e da forma como se apresentam.
As palavras do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, ao fundar a religião no plano Terra, foram justamente no sentido de que na Umbanda os espíritos mais sábios nos ensinariam; os menos esclarecidos seriam orientados; e a ninguém seria negada uma oportunidade de manifestação, de trabalho, ou de aprendizado.
Quando um Baiano (ou Baiana) incorpora num médium e ouve, aconselha e direciona o consulente em sofrimento, ele está fazendo mais do que isto. Está mostrando que cada Povo tem seu valor, sua bagagem moral e cultural, seus valores religiosos e a “sua” maneira de fazer o Bem e que todos podem contribuir para o progresso comum. Acima de tudo, mostram que somos diferentes, mas isso não é ruim, pois o que de fato importa são os valores que carregamos no íntimo. E assim quebram-se preconceitos... E sem alarde e sem armas de guerra...
Isto se chama Fraternidade. Em silêncio e de forma simples, os Guias da Umbanda nos ensinam e auxiliam muito mais do que podemos imaginar, porque nos revelam que somos parte de uma única “raça”: a Raça Universal dos Filhos de Deus...
Salve os Baianos! Salve a Bahia de Todos os Santos!
Nomes simbólicos
Alguns Baianos: Simão do Bonfim, Januário, Zé do Ouro, Juvêncio, Juvenal, Mané Baiano, Zé Baiano, Zé da Estrada, Zé da Estrada e dos Trilhos, Zé Tenório, Zé do Côco, Zé Pereira, Zeca do Côco, Zé Pretinho, Zézinho Baiano, Baiano dos Sete Cocos, Chico Baiano, Serafim, João Baiano, Severino da Bahia, Joaquim Baiano, Zé da Lua, João do Coqueiro, Zé do Berimbau, Zé do Prado.
Dentro desta Linha, em algumas Casas também se manifesta a Entidade Zé Pelintra (que em outros Terreiros vem na Linha de Malandros, ou mesmo na Linha de Esquerda, pois é um Espírito que tem peculiaridades e acesso a vários graus vibratórios).
Alguns nomes simbólicos de Baianas: Maria do Balaio, Rosa Baiana, Baiana da Estrada, Maria Fulô, Januária, Maria (ou Baiana) do Rosário, Quitéria, Raimunda, Jacinta, Juvência, Baiana da Palmeira, Maria Baiana, Baiana da Praia, Maria da Cruz, Baiana Rosalva, Maria dos Anjos, Baiana dos Sete Nós, Baiana dos Cocos, Maria Mulata, Chica Baiana, Maria das Candeias, Maria dos Remédios.
Dia da semana: A terça-feira, que é regida por Marte, planeta associado ao Orixá Yansã.
Linha de trabalho (campo de atuação): Movimentar, direcionar, reordenar; despertar a alegria de viver; limpeza e reequilíbrio energético; corte de magias negativas.
Ponto de Força: Ao pé de coqueiros e nas pedreiras.
Cores preferenciais: Amarelo, branco e vermelho.
Elementos de trabalho: Fitas, linhas, pembas, búzios, sementes, ervas, pimentas e pedras.
Ervas- ADRIANO CAMARGO indica especialmente as ervas dos Orixás Yansã, Oxalá e Oyá-Tempo, relacionando estas:
1 - De Mãe Iansã: a) Quentes ou agressivas: Buchinha do norte, cânfora, espada de Santa Bárbara, quebra demanda, mamona, picão preto, folhas de bambu, folhas de fumo (tabaco), pára-raios, tiririca, vence demanda, pinhão roxo; b) Mornas ou equilibradoras: Folhas de pitanga, peregum rajado, alfavaca, calêndula, camomila, cana do brejo, capuchinha, cidreira, cavalinha, chapéu de couro, cipó cravo, cipó São João, erva de Santa Luzia, semente de girassol, imburana, jurubeba, laranjeira, losna, sabugueiro, folha do fogo, pinhão branco.
2 - De Pai Oxalá: a) Quentes: Açoita cavalo, erva de bicho, mamona, orégano, alho, fumo (tabaco), comigo ninguém pode; b) Equilibradoras: Alcachofra, alcaçuz, alecrim, alfazema, aquiléia (mil folhas), bardana, boldos (todos), girassol, hortelã, incenso, levante, manjericão, manjerona, rosa branca, salvai, tomilho, folha da costa (saião); c) Frias ou específicas: Algodoeiro, angélica, anis estrelado, artemísia, cravo da índia, ipê roxo, jasmim, laranjeira, louro, noz-de-cola (obi), pichuri, saco-saco, sândalo, verbena. [Observação: O comigo ninguém é uma erva tóxica que causa irritações na pele e NÃO é indicada para banhos. Usamos da erva fresca para bate-folhas e para as manipulações e firmezas das Entidades. Quando seca, ela serve para defumação.]
3 - De Mãe Oyá-Tempo: a) Quentes: Cânfora, cipó suma, eucalipto, orégano, folhas de bambu, pinhão branco, tiririca, chorão (salgueiro); b) Equilibradoras: Benjoim, chapéu de couro, hortelã (os vários tipos de mentas), noz de cola (obi), sabugueiro, rosa amarela, girassol, peregum rajado (dracena), folhas de incenso (planta também chamada de iboza), folhas de limão, cipó prata, erva de Santa Luzia, imburana semente, losna, pichuri, verbena, capuchinha, mil folhas, sensitiva.
Sementes: Olho de boi, olho de cabra e coquinho.
Fumo/defumação: Incenso de pitanga, de canela, de cravo ou de anis estrelado; cigarros de palha.
Alimentos: Coco; cocada; farofa com carne seca; melado; rapadura; grãos.
Incenso: Pitanga.
Colares: Feitos de coquinhos, ou então de contas de porcelana ou de cristal (geralmente nas cores amarela, branca e preta), podendo conter sementes (olho de boi e de cabra) e/ou búzios.
Líquidos que costumam manipular nos trabalhos: Água de coco, água de chuva, suco de graviola.
Frutas: Variadas, tais como: abacaxi, coco verde, coco seco, caju, manga, laranja, pitanga, uva, graviola, morango, goiaba vermelha, melancia, melão amarelo, mamão, pêssego, banana. Em especial as frutas mais ácidas e as de casca amarela ou vermelha.
Bebidas: Água de coco; suco de graviola; batida de coco; aguardente; vinho tinto seco; água de coco misturada com um pouquinho de pinga, mel e canela; vinho rosê; suco de casca de abacaxi adoçado com melado de cana ou de rapadura, ou então com açúcar mascavo (lavar muito bem as cascas e ferver em água mineral).
Flores: Girassol; cravo; palmas e rosas amarelas e vermelhas; açucena; primavera; gérberas amarelas e vermelhas; flores do campo e flores amarelas e vermelhas em geral.
Pedras: Quartzo branco leitoso; Cristal; Jaspe Vermelho; Granada; Citrino; Pirita; Topázio Imperial. Para a Linha dos Baianos usamos, no geral, as pedras brancas, vermelhas, vermelhas e amarelas- embora eles possam manipular muitas pedras diferentes, de acordo com a necessidade do trabalho. (Fonte: Angélica Lisanty, “Os cristais e os Orixás”, Editora Madras.)
OFERENDA RITUAL:
Modelo 1
• Toalha ou pano branco ou amarelo; • Velas brancas e amarelas; • Fitas brancas e amarelas; • Linhas brancas e amarelas; • Pembas branca e amarela; • Frutas: coco, caqui, abacaxi, uva, pera, laranja, manga, mamão; • Bebidas: batida de coco, de amendoim, pinga misturada com água de coco; • Flores: flor do campo, cravo, palmas; • Comidas: acarajé, bolo de milho, farofa, carne seca cozida e com cebola fatiada, quindim. (Fonte: “Rituais Umbandistas - Oferendas, Firmezas e Assentamentos” de Rubens Saraceni - Editora Madras.)
Modelo 2
●Frutas: abacaxi, carambola, caju, manga, maracujá, coco, frutas cítricas; ●Flores: palmas vermelhas e amarelas, girassol, rosas, cravos e gérberas; ●Sementes: olho de boi, coquinho, olho de cabra, cravo e anis estrelado; ● Velas: amarelo, azul escuro, vermelho e marrom; ●Bebidas: batida de coco, água de coco, pinga, suco de frutas cítricas, cerveja branca; ●Comidas: farofa com carne seca (com farinha de mandioca ou de milho), acarajé, caruru, vatapá, feijão fradinho, moqueca de peixe, cocada e pimentas diversas. (Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada, artigo de Mãe Mônica Berezutchi.)
Saudação: ―“Salve os Baianos!”; Resposta: ―“É da Bahia, meu Pai!” (ou: “Salve a Bahia!”).
COZINHA RITUALÍSTICA
1 - Vatapá - Oito pães sem casca picados e colocados de molho por 30 minutos em 3 xícaras de leite de coco bem grosso (bater a polpa e a água do coco no liquidificador e espremer num pano). Passar por uma peneira. Reservar.
Refogado: 500g camarão fresco e 500g de peixe em postas, tudo temperado com sal, pimenta e limão, e depois refogado por 15 minutos em 2 colheres de sopa de azeite de oliva, 1 cebola ralada e 4 tomates previamente batidos no liquidificador e peneirados.
Retirar da panela as postas de peixe. Deixar apenas o camarão refogado.
Juntar ao camarão da panela os seguintes ingredientes: 250g de camarão seco (dessalgado, moído e sem casca), 1 xícara de amendoim torrado e moído, 1 xícara de castanha de caju torrada e moída , a massa dos pãezinhos, gengibre ralado e noz moscada ralada. Aos poucos, juntar 2 colheres de sopa de dendê e levar ao fogo, mexendo até obter um creme grosso.
Adicionar parte do peixe e mexer, no fogo, por mais 3 a 4 minutos. Tirar e servir, colocando o creme sobre o peixe restante.
Acompanhamento: arroz branco
2 -Bobó de camarão - Um quilo de camarão fresco, temperado com sal, pimenta, o suco de 2 limões, cheiro verde, 1 folha de louro picada e 2 cebolas raladas. Deixar em repouso por uns 30 minutos. Depois, refogar em 3 colheres (sopa) de azeite de oliva ou de óleo. Acrescentar 2 pimentões e 8 tomates (picados, sem pele e sem sementes). Tampar e deixar apurar em fogo baixo por uns 15 minutos. Em separado, cozinhar cerca de meio quilo de mandioca. Noutra panela, cozinhar meio quilo de mandioquinha. Depois, bater tudo no liquidificador, com uns 2 copos de leite de coco. Juntar esse creme ao refogado de camarão e apurar mais um pouco. Acrescentar 3 colheres (sopa) de dendê e um pouco de molho de pimenta vermelha, a gosto. Deixar apurar por uns 5 minutos. Servir quente, com arroz branco ou com acaçá.
3- Doce de abóbora feito com pedacinhos de gengibre e enfeitado com lascas de rapadura.
4- Cocada mole; doce de coco; doce de abóbora com coco.
5- Abacaxi em calda.
6- Laranja ácida em calda.
A Linha dos Baianos é essa Linha: a dos heróis anônimos que sustentaram o culto aos Orixás e o semearam primeiro em solo baiano e, posteriormente, no resto do Brasil e, com a Umbanda organizada, o levarão ao mundo.
Fonte: http://seteporteiras.org.br

A Linha dos Baianos da Umbanda engloba espíritos de antigos Sacerdotes da Bahia e de outras regiões, tendo a Regência direta do Orixá Yansã. Também tem uma ligação com os Orixás Oxalá e Oyá-Tempo, já que seu Arquétipo (Sacerdotes) diz respeito a questões da Fé e da Religiosidade.
Esta Linha foi criada justamente para homenagear os antigos Pais e Mães no Santo da Bahia, que foram os primeiros a trabalhar, e muito, para a preservação e a divulgação do culto aos Orixás em nosso país e enfrentando, à época, toda sorte de dificuldades e preconceitos.
A Linha engloba espíritos voltados para a missão sacerdotal ligados não são à Bahia, mas a todo o Nordeste do nosso país. Muitos viveram ou passaram parte de sua vida em Estados dessa região, em contato com os Mestres do Catimbó e da Pajelança.
A LINHA DOS MARINHEIROS
Esta Linha de Trabalho é também chamada de “Povos da Água” e está relacionada a outras Mães das Águas: Oxum (águas doces), Nanã (lagos e lagoas), Yansã (água da chuva), Oyá-Tempo (água do sereno). Mas sua principal Regente é Yemanjá.
Os Marinheiros trabalham ainda sob influência das Forças Naturais que enfrentam no mar, tais como: as calmarias (Mistério de Oxalá); os raios (Mistério de Xangô); os tufões (Mistério de Yansã); os ciclones (Mistério de Oyá-Tempo); os bancos de areia (Mistério de Omolu); os recifes de corais (Mistério de Obá); os sargaços (Mistério de Oxóssi); as correntes marinhas (Mistério de Ogum).
Para lidar com essas energias, os Marinheiros precisam do conhecimento e da licença dos Orixás Regentes.
Portanto, ser um Marinheiro de Umbanda requer “preparo”!
Nos Terreiros, a chegada dos Marinheiros traz uma alegria contagiante. Abraçam a todos, brincam com um jeito maroto, gingando pra lá e pra cá, PARECENDO embriagados.
Mas NÃO estão embriagados, como se poderia pensar. É o seu magnetismo aquático que os faz ficar “balançando”.
Cada elemento tem o seu magnetismo. E os espíritos que se manifestam naquela Irradiação têm magnetismo idêntico.
O que faz o mar ondular é o magnetismo característico de Mãe Yemanjá, Regente Divina dessas águas e da Linha dos Marinheiros. Logo, os Marinheiros têm esse magnetismo “ondulante”.
Ao incorporar em seu médium, o Marinheiro “bambeia”, ele se movimenta como quem se equilibra no tombadilho de um navio ou de um barco em alto mar. Desta forma, ele libera energias em formas onduladas, é através dos seus “balanços” que lembram os movimentos de uma pessoa embriagada. (Se ficarmos algum tempo no mar, vamos entender melhor isso: ao voltar para terra firme, sentiremos estar “balançando”, “bambeando”, ainda sob o efeito do movimento ondulante do mar.)
Os “balanços” dos Marinheiros liberam ondas de forte magnetismo aquático que desagregam acúmulos negativos de origem externa e interna, equilibram nosso emocional e mental e nos dão condições de gerar coisas positivas em nossas vidas. Vale lembrar que as águas simbolizam as nossas emoções e estão ligadas à origem da vida.
Nas Giras de desenvolvimento o magnetismo dos Marinheiros é um potente equilibrador emocional do médium, colaborando de forma essencial no processo.
A Linha atua preferencialmente na diluição de cargas trevosas e em trabalhos voltados para a cura emocional do consulente, muitas vezes com a ajuda de seres Elementais da Água que são atraídos com tal propósito. O contato com esses seres realiza uma potente limpeza em nosso campo magnético, uma verdadeira “explosão” de energia equilibradora.
Os Marinheiros são Magos dos Mistérios Aquáticos. Atuam de forma única dentro da Umbanda, na manipulação de energias que nos libertam de bloqueios íntimos e nos dão equilíbrio emocional. Pode parecer pouco, mas hoje a própria ciência analisa e admite os efeitos dos distúrbios emocionais como geradores de várias enfermidades. De modo que a cura emocional é o primeiro grande passo para outras conquistas.
Os Marujos lidam com os consulentes de forma simpática e extrovertida, “quebrando o gelo” e deixando o assistido muito à vontade, o que facilita a recepção dessas energias equilibradoras e curadoras.
Sua linguagem é bastante simbólica:
●“o mar”― expressão que usam significando a nossa vida. Quando falam que “o mar tá bravo”, é porque o médium ou o consulente está com dificuldades na vida por não saber lidar com as emoções;
●“barco”― maneira pela qual nos designam (é o próprio médium, é o consulente);
●“Capitão Maior/Capitão do Navio”― expressões para se referirem a Deus.
Além dos trabalhos de descarrego e quebra de magias negativas, dão consultas e passes. Costumam ir direto ao ponto, sem rodeios. Mas sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo.
São amigos, trazem uma mensagem de esperança e força. Sempre nos alertam para agir com fé e confiança e desbravar o desconhecido, seja do nosso interior ou do mundo que nos rodeia.
Algumas vezes, ao incorporar, os Marinheiros precisam tomar alguma bebida alcoólica para não prejudicar o físico do médium. Como se explica isso?
Acontece que o nosso organismo queima ou consome energia; e o álcool produzido pelos amidos que ingerimos sustenta essa queima.
No caso, sem ingerir a bebida, o magnetismo da Entidade absorverá muito do álcool do corpo do médium, prejudicando suas funções.
Quando espíritos regidos por magnetismos densos (água, terra e fogo) incorporam, eles precisam ingerir alguma bebida alcoólica, para não consumir aquele álcool do corpo do médium. Caso contrário, irão paralisar o organismo do médium em algumas de suas funções.
O uso da bebida dá fluidez e volatilidade às vibrações desses espíritos, expande seus campos magnéticos e possibilita a estabilização e o equilíbrio nas incorporações.
Como os Marinheiros vivem na irradiação aquática do mar, quando incorporam, parece-lhes que é o solo que está se movendo. Daí, com funções inversas, o álcool lhes dá estabilidade e equilíbrio para ficarem parados e darem atendimento às pessoas.
O álcool tira o equilíbrio de uma pessoa. Mas, assim como o veneno de cobra é o único antídoto contra picadas de cobras, com os Marinheiros a ingestão de bebida alcoólica lhes dá estabilidade. Porém, esse consumo precisará ser controlado e restrito a uma dose mínima!
Dentro de um trabalho espiritual, o excesso de bebida nunca se justifica. O Guia é um espírito que se preparou e obteve a permissão da Lei Divina para vir nos ajudar; é um mago que sabe como manipular os elementos e usa o mínimo necessário, pois não precisa de “quantidade”. Quando há excesso, isso se dá pela ignorância (despreparo), ou então pela vaidade do médium.
(FONTE: “Arquétipos da Umbanda”, Rubens Saraceni, Madras Editora, 2007, páginas 113/115.)
Nomes simbólicos: Martim Pescador, Marinheiro das Sete Praias, João das Sete Ondas, Capitão dos Mares, João da Praia, Zé do Mar, Zé Pescador, João da Marina, Zé da Maré, Antonio das Águas, Zé da Jangada, Seu Antenor, Seu Jangadeiro, João Canoeiro, Zé dos Remos, João do Rio etc.
Dia da semana: A 2ª feira, dia associado à Lua e ao Orixá Yemanjá. Também a 6ª feira, regida por Netuno, planeta relacionado a Yemanjá.
Campo de atuação: Quebra de bloqueios emocionais; equilíbrio das emoções; limpeza energética; quebra de magias negativas.
Ponto de força: A beira-mar; beira dos rios.
Saudação: Salve a Marujada!
Cor: Azul claro e branco.
Elementos de trabalho: Pedras, conchas, búzios, estrelas do mar, caramujos, velas, fitas e linhas, areia, arroz, cebola branca.
Ervas: Alfazema, erva-cidreira, anis estrelado, rosa branca, camomila, manjericão, erva de Santa Maria, mentruz, hibisco (flor), manjerona, mulungu (casca e raiz), noz moscada, margarida, sensitiva, arroz, erva de bicho, buchinha do norte, casca de alho, casca de cebola.
Fumos/defumação: Charuto; cigarrilha; fumos diversos feitos de ervas enroladas na palha.
Incenso: Rosas brancas, alfazema, anis estrelado.
Pedras: As pedras azuis. Exemplos: Água-Marinha, Topázio Azul, Calcedônia, Quartzo Azul. Também as pedras pretas, quando o trabalho é para uma limpeza pesada. Exemplos: Vassoura da Bruxa, Turmalina Preta. (Fonte: Angélica Lisanty, “Os Cristais e os Orixás”, Madras Editora, 2008, página 84.)
Bebidas: Suco de pera e de melão; água de coco; leite com mel; cerveja clara; conhaque com mel; rum; pinga com mel; vinho branco.
Frutas: Melancia, melão, pêra, pêssego, laranjas, figo, maçãs, uvas verdes, carambola. Também as frutas de polpa branca em geral.
Flores: Cravo branco, palmas brancas, rosas brancas; as flores brancas em geral; hortênsia.
Oferenda ritual: Velas, pembas, fitas e linhas de cor branca e azul claro; cravos brancos; frutas variadas; bebidas: rum, aguardente ou cerveja branca.
Cozinha ritualística:
1 - Moqueca mista: 5oo g de camarão, postas de peixe, sal, pimenta, 2 colheres (sopa) de suco de limão, 2 colheres (sopa) de dendê, 1 colher (sopa) de azeite de oliva, 2 cebolas raladas, 5 tomates sem pele picadinhos, 1 pimenta vermelha picada sem sementes, 1 pimentão amarelo picadinho, cheiro-verde picado, meia xícara de leite de coco. Temperar o peixe e o camarão com sal e limão. Colocar o dendê numa panela, aquecer e refogar ligeiramente a cebola, o tomate, o pimentão e a pimenta, com o sal. Juntar o camarão e o peixe e levar ao fogo brando por uns 20 minutos. Adicionar o cheiro-verde e o leite de coco. Servir com arroz branco ou com acaçá.
2 - Arroz branco com camarão. Refogar uma porção de camarão no azeite de oliva com cebola, alho, sal, tomate, pimentão amarelo picadinho e temperos frescos a gosto. Cozinhar o arroz e decorar com o camarão.
3 - Abobrinhas recheadas com arroz- Cozinhar arroz branco com os temperos comuns. Quando começar a secar, abaixar bem o fogo, juntar um pouco de leite de coco, mexer e esperar terminar o cozimento. Em separado, lavar e cortar algumas abobrinhas, no sentido do comprimento, retirando parte da polpa (fazer um buraco para colocar o recheio). Polvilhar um pouco de sal nas abobrinhas e cozinhá-las em banho-maria, cuidando para que não amoleçam. Rechear as abobrinhas com o arroz e decorar com cheiro-verde e temperos a gosto. Regar com um fio de azeite de oliva. [A mesma receita pode ser feita com batatas grandes: tirar uma tampa; remover parte da polpa com uma colher, abrindo um buraco para o recheio. Cozinhar e depois rechear. Podem-se acrescentar camarões pequenos temperados com sal e limão e refogados em azeite, tanto no arroz quanto nas batatas.]
4 - Peixe na cerveja- Lavar alguns filés de pescada (ou outro peixe de água salgada), depois espremer sobre eles um pouco de suco de limão e tornar a lavar. Salgar os filés e colocá-los de molho por cerca de 1 hora numa mistura de cerveja branca, batatinha em rodelas finas, alho, cebola e tomate bem picadinhos. Em seguida, levar para cozinhar em fogo bem baixo, com cuidado, para não quebrar os filés. Podemos intercalar: camadas da batata em rodelas finas; molho; peixe. [Observação: Esse peixe também pode ser assado. Ou pode ser empanado em farinha de trigo e frito e neste caso refogamos a batata, a cebola, o alho e o tomate num pouco de azeite de oliva e colocamos essa mistura sobre o peixe já frito.]
5 - Frutas aquosas, tais como: melancia, melão, pêra, pêssego, laranjas, figo, maçãs. Também as frutas de polpa branca em geral. Colocar num prato de papelão forrado com ervas (erva-doce fresca, capim cidrão etc.) ou então num “barco” feito com a casca da melancia ou do melão. Decorar com pétalas de flores brancas.
Fonte: http://seteporteiras.org.br

A Linha dos Marinheiros da Umbanda engloba espíritos que trabalham no auxílio a encarnados e desencarnados, a partir do seu magnetismo aquático e de seus conhecimentos sobre a manipulação do Mistério das Águas.
Nela se apresentam espíritos que em últimas encarnações foram marinheiros de fato, navegadores, oficiais, pescadores, povos ribeirinhos, canoeiros, ex-piratas etc.
É o arquétipo do homem litorâneo, daquele que sobrevive do mar e dos rios.
A Linha dos Marinheiros tem a Regência direta dos Orixás Yemanjá e Omolu.
Yemanjá rege “a parte de cima” do mar e Omolu rege “a parte de baixo”.
Yemanjá rege o mar (“calunga grande”) e dá sustentação e amparo aos espíritos que nele viveram de forma positiva, extraindo de suas águas recursos para alimentar vidas.
Omolu rege a terra (“calunga pequena”) e sustenta o eterno vai-e-vem das águas. Mas também atrai para os seus domínios os espíritos que se utilizaram do mar de forma negativa, alimentando apenas seus instintos inferiores.
Linha de Esquerda: "Exu e Pomba-Gira"
Os Exus
Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc. de seus consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos, Pretos-Velhos, Ciganos, Baianos, etc), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.
Exú é Mau?
Muitos acreditam que nossos amigos Exus são demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar.
Exú é neutro, quem faz o mal são os médiuns que utilizam os Exús para fazerem trabalhos que prejudiquem outras pessoas.
Na verdade o mal ou o bem, como já afirmamos é produto da vontade e da evolução do próprio homem e Exu esta acima do bem e do mal, sentimentos esses pertencentes a evolução humana.
Os negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por demônios.
Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido a demônios.
As cores de Exu, também reafirmaram os medos e fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.
De um texto extraído do livro “ O Guardião da Meia- Noite” podemos ter uma idéia de quem é Exú:
“Não derrubo quem não merece, nem elevo quem não fizer por merecer.
Não traio ninguém, mas não deixo de castigar um traidor.
Não castigo um inocente, mas não perdôo um culpado.
Não dou a um devedor, mas não tiro de um credor.
Não salvo a quem quer perder-se, mas não ponho a perder quem quer salvar-se.
Não ajudo a morrer quem quer viver, mas não deixo vivo quem quer matar-se.
Não tomo de quem achar, mas não devolvo a quem perder.
Não pego o poder do Senhor da Luz, mas não recuso o poder do Senhor das Trevas.
Não induzo ninguém a abandonar o caminho da Lei, mas não culpo quem dele se afastar.
Não ajudo quem não quer ser ajudado, mas não nego ajuda a quem merecer.
Sirvo à Luz. Mas também sirvo às Trevas.
No meu reino eu mando e sei me comportar.
Não peço o impossível, mas dou o possível.
Nem tudo que me pedem eu dou, mas nem tudo que dou é porque me pediram.
Só respeito a Lei do Grande da Luz e das Trevas e nada mais.”
Mas Então Quem É Exu?
Exu, termo originário do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, divindade afro e que representa o vigor, a energia que gira em espiral.
No Brasil, os Senhores conhecidos como Exus, por atuarem no mistério cuja energia prevalente é Exu, e tanto assim, em todo o resto do mundo são os verdadeiros Guardiões das pilastras da criação. Preservando e atuando dentro do mistério Exu.
Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
Verdadeiros cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos caídos representam e são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal e responsáveis pela estabilidade astral na escuridão. Senhores do plano negativo atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade.
Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos e desobsessões retirando os espíritos obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.
Seu dia é a Segunda-feira, seu patrono é Santo Antônio, em cuja data comemorativa tem também sua comemoração. Sua roupa, quando lhe é permitido usá-la tem as cores preta e vermelha, podendo também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a qual correspondem. Completa a vestimenta o uso de cartolas (ou chapéus diversos), capas, véus, e até mesmo bengalas e punhais em alguns casos.
A roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar. Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras.
É claro que em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Em centros espíritas, podem aparecer como "guardas". Em caravanas espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina: com ternos, chapéus, etc.
Eles têm grande capacidade de mudar a aparência, podem surgir como seres horrendos, animais grotescos, etc.
Às vezes temido, às vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo, assim é Exu.
Algumas palavras sobre os exus:
· Tem palavra e a honram;
· Buscam evoluir;
· Por sua função cármica de Guardião, sofrem com os constantes choques energéticos a que estão expostos;
·Afastam-se daqueles que atrasam a sua evolução;
· Estas Entidades mostram-se sempre justas, dificilmente demonstrando emotividade, dando-nos a impressão de serem mais "Duras" que as demais Entidades;
· São caridosas e trabalham nas suas consultas, mais com os assuntos Terra a Terra;
· Sempre estão nos lugares mais perigosos para a Alma Humana.
As Pomba-Giras
A sensualidade desenfreada é um dos "sete pecados capitais" que destroem o homem: a volúpia. Este vicio é alimentado tanto pelos encarnados, quanto pelos desencarnados, criando um ciclo ininterrupto, caso as pombo-giras não atuassem neste campo emocional.
As pombo-giras são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São, como qualquer exu, executoras da Lei e do Karma. São espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida. São astutas, pois conhecem a maioria das más intenções.
Devemos conhecer cada vez mais o trabalho dos guardiões, pois eles estão do lado da Lei e não contra ela. Vamos encará-los de maneira racional e não como bichos-papões. Eles estão sempre dispostos ao esclarecimento. Através de uma conversa franca, honesta e respeitosa, podemos aprender muito com eles.
Exu-Mirim
Apesar de serem bem “agitados”, sua manifestação deve estar sempre dentro do bom - senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de Umbanda, eles sempre manifestam - se para a prática do bem sobre comando direto dos Exus e Pombagiras guardiões da casa.
Podemos dizer que os Exus e Pombagiras estão para os Exus - Mirins como os Pretos - velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião.
Trazem nomes simbólicos análogos aos dos “Exus - adultos”, demonstrando seu campo de atuação, energias, forças e Orixás a quem respondem. Assim, temos Exus - Mirins ligados ao Campo Santo: Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha, ligados ao fogo: Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta, ligados à água: Lodinho, Ondinha, Prainha, entre muitos e muitos outros, chegando ao ponto de termos Exus - Mirins atuando em cada uma das Sete Linhas de Umbanda.
Quando respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos Exus e Pombagiras da casa, tornam – se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Utilizam – se de elementos magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela bicolor vermelha/preta, etc.
Uma força muito grande que Exu–Mirim traz, é a força de “desenrolar” a nossa vida (fator desenrolador), levando todas as nossas complicações pessoais e “enrolações” para bem longe. Também são ótimos para acharem e revelarem trabalhos ou forças “negativas” que estejam atuando contra nós, “desocultando-as” e acabando com essas atuações.
A Umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Exu – Mirim muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.
Lembrem – se que a Umbanda é a manifestação de “espírito para a caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação.Para aqueles que sentirem – se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em Exu – Mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas as outras.
Fontes de pesquisa:
Curso de Umbanda Sociedade Espiritualista Mata Virgem
Livro O Guardião da Meia-Noite de Rubens Saraceni
A GIRA DE EXU E POMBA GIRA
Os Exus na Umbanda trabalham para o bem
Os compadres. Assim são carinhosamente chamados.
Talvez por sua semelhança com nós, os encarnados, estas entidades transmitam uma imagem de companheiros, de amigos dos mais chegados.
Os Exus nas Giras de Umbanda apreciam uma boa bebida, um bom fumo, e uma conversa regada a boas gargalhadas. Se deliciam com uma penosa (frango assado) e uma boa farofa no dendê.
Conversam com seus consulentes com igualdade, são atualizados, pois nos acompanham lado-a-lado. Por esse motivo têm a facilidade de resolver os assuntos "urgentes", coisas que necessitam de solução imediata.
Na umbanda, os Exus trabalham em busca da evolução e da prática do bem, portanto ao contrário dos mitos envolto ao "Diabo" ou "Demônio", os Compadres trabalham para resolver os assuntos imediatos, mas nunca prejudicando alguém.
Pomba-giras
As moças, também chamadas assim de forma carinhosa por todos nós filhos de Umbanda, geralmente se manifestam na Gira dos Exus, pois são elas as companheiras dos Compadres.
Elas adoram dançar, na maioria das vezes usam roupas coloridas, extravagantes, geralmente em tons de vermelho e preto, apreciam um bom cigarro, Champagne (em uma bela taça, lógico), a maioria delas se utilizam de rosas vermelhas em suas magias, são vaidosas, sensuais, e extremamente ligadas ao amor. Ajudam nas situações mal resolvidas do coração, que é fator predominante para se viver bem.
Algumas gostam dos mistérios das cartas, outras da leitura das linhas das mãos. Cada uma do seu jeito, mas sempre com a beleza e a sensualidade estampadas em seus trejeitos. Assim são as moças, alegres, belas, e profundas conhecedoras do coração.
Vale ressaltar que a Gira de Exus e Pomba-giras são das mais concorridas pela assistência de Umbanda.
Saudação
Laroyê Exu. Exu é mojubá! Salve a sua banda!

Muito se fala a respeito dos Exus, mas pouco se entende. Tendo isto em vista, vamos tentar colocar em palavras mais simples a respeito dos mesmos.
Exus são espíritos que já encarnaram na terra. Na sua maioria, tiveram em encarnações anteriores cometidos vários crimes ou viveram de modo a prejudicar seriamente sua evolução espiritual, sendo assim estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática da caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda.
São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados mas gostam de ser presenteados e sempre lembrados. Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, crianças e caboclos, são servidores dos Orixás.
Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados a prática do "Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens que lhe são passadas. Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: a abertura dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações.

O termo Pombo-Gira é corruptela do termo "Bombogira" que significa em Nagô, Exu. A origem do termo Pomba-Gira, também é encontrada na história.No passado, ocorreu uma luta entre a ordem dórica e a ordem iônica. A primeira guardava a tradição e seus puros conhecimentos. Já a iônica tinha-os totalmente deturpados. O símbolo desta ordem era uma pomba-vermelha, a pomba de Yona. Como estes contribuíram para a deturpação da tradição e foi uma ordem formada em sua maioria por mulheres, daí a associação.
Se Exu já é mal interpretado, confundindo-o com o Diabo, quem dirá a Pomba-Gira? Dizem que Pomba-Gira é uma mulher da rua, uma prostituta. Que Pomba-Gira é mulher de Sete Exus! As distorções e preconceitos são características dos seres humanos, quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os.
Pombo-Gira é um Exu Feminino, na verdade, dos Sete Exus Chefes de Legião, apenas um Exu é feminino, ou seja, ocorreu uma inversão destes conceitos, dizendo que a Pombo-gira é mulher de Sete Exus e, por isso, prostituta.É claro que em alguns casos, podem ocorrer que uma delas, em alguma encarnação tivesse sido uma prostituta, mas, isso não significa que as pombo-giras tenham sido todas prostitutas e que assim agem.
A função das pombo-giras, está relacionada à sensualidade. Elas frenam os desvios sexuais dos seres humanos, direcionam as energias sexuais para a construção e evitam as destruições.

Na religião de Umbanda existe uma linha muito pouco comentada e compreendida, sendo por isso mesmo muitas vezes deixada “de lado” dentro dos centros e terreiros. É a linha de Exu Mirim.
Tabu dentro da religião, muitos poucos trabalham com essas entidades tão controvertidas e misteriosas, chegando ao ponto de, em muitos lugares, duvidar - se muito da existência deles. Na verdade, Exu Mirim é mais uma linha de esquerda dentro do ritual de Umbanda, trabalhando junto com Exu e Pomba-gira para a proteção e sustentação dos trabalhos da casa. Não aceitar Exu Mirim é proceder como em casas que não aceita - se Exu e Pomba-gira, mas que a partir do astral e sem que ninguém perceba, recebem a sua proteção. Afinal, “se sem Exu não se faz nada, sem Exu Mirim menos ainda”.
O Exu–Mirim nos traz situações e “complicações” para que estimulados possamos vencer essas situações e evoluirmos como espíritos humanos.
Dentro da Umbanda não acessamos nem cultuamos diretamente o Orixá – Mistério Exu, mas sim o ativamos através de sua linha de trabalho formada por espíritos humanos assentados a esquerda dos Orixás. Também assim fazemos com o mistério Exu–Mirim, pois o acessamos através da linha de trabalho Exu–Mirim, formada por espíritos ligados a essa divindade regente.
